Os vereadores da cidade de São Paulo aprovaram, na terça-feira (12), um aumento de 37% em seus próprios salários. Com a decisão, a remuneração dos parlamentares passará de R$ 18.991,68 para R$ 26.080,98 a partir de fevereiro de 2025, com um reajuste dividido em duas etapas. Em janeiro, o salário subirá para R$ 24.754,79, representando um aumento inicial de 30%.
A medida foi aprovada em votação simbólica, sem registro nominal dos votos, na Câmara Municipal. Manifestaram-se contra o reajuste os vereadores Fernando Holiday (PL), Jussara Basso (PSB) e os integrantes da bancada do PSOL. Luna Zarattini (PT) optou pela abstenção.
Justificativa para o aumento
A Mesa Diretora da Câmara argumentou que o reajuste segue os parâmetros constitucionais, já que, de acordo com a Constituição Federal, o salário dos vereadores não pode exceder 75% do vencimento dos deputados estaduais. Além disso, o aumento foi justificado pela defasagem salarial, pois os valores estavam congelados desde 2016, e pela complexidade das funções desempenhadas em uma metrópole como São Paulo.
Impactos e repercussões
O reajuste coloca São Paulo como uma das capitais com os maiores salários para vereadores no Brasil. Atualmente, a cidade ocupa a 11ª posição nesse ranking, mas passará para os primeiros lugares após o reajuste ser efetivado.
No entanto, a decisão gerou polêmica e críticas, especialmente por ocorrer em um cenário econômico desafiador, com servidores públicos municipais recebendo reajustes inferiores nos últimos anos. Por exemplo, em março de 2024, a Câmara aprovou um aumento de apenas 2,16% para os servidores municipais, incluindo aposentados e pensionistas.
Debate público
Grupos de oposição e especialistas questionam a necessidade e a proporcionalidade do reajuste em comparação com outras categorias do funcionalismo público. Para muitos, a decisão reforça a disparidade salarial entre os poderes e destaca a falta de sensibilidade em relação à realidade econômica enfrentada por grande parte da população.
Com o aumento aprovado, a nova remuneração dos vereadores entrará em vigor na próxima legislatura, começando em janeiro de 2025. Enquanto isso, o debate sobre a ética e a responsabilidade fiscal dessa decisão promete continuar, envolvendo cidadãos e lideranças políticas.
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