João Chianca, conhecido no meio do surfe como Chumbinho, se viu em uma situação inesperada a poucas semanas de embarcar para os Jogos Olímpicos de Paris. O renomado surfista brasileiro teve que remover a pintura do Cristo Redentor que adornava suas pranchas, uma customização feita especialmente para o campeonato.
Motivo da Proibição
A decisão foi baseada no artigo 50 da Carta Olímpica, que proíbe qualquer forma de manifestação ou propaganda política, religiosa ou social nas instalações olímpicas. Esta regra visa manter a neutralidade e evitar controvérsias que possam desviar o foco das competições esportivas. A Carta Olímpica, elaborada originalmente pelo Barão de Coubertin em 1899 e atualizada pela última vez em 2013, estabelece diretrizes para a organização dos Jogos e para a condução do Movimento Olímpico.
Chianca, natural de Saquarema, no Rio de Janeiro, havia escolhido pintar suas pranchas com a imagem do Cristo Redentor como uma homenagem à sua cidade natal e à sua fé.
Desafios e Recuperação
Chianca é um dos principais atletas brasileiros no surfe, tendo conquistado o quarto lugar no último Mundial, realizado no Havaí, e garantindo assim uma vaga para os Jogos Olímpicos de Paris. No entanto, uma grave lesão sofrida durante o campeonato tornou sua participação nos Jogos incerta.
Durante sua recuperação, Chianca enfrentou momentos de dúvida e questionamento sobre sua fé. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele compartilhou que, apesar das dificuldades, encontrou força em seus valores e em seu círculo de apoio. “Nada como um dia após o outro. Mesmo em tempos difíceis, acredito que as coisas vão melhorar com o tempo. Eu me afastei da minha fé e duvidei de mim mesmo, mas percebi que sem a minha fé, não conseguiria seguir em frente,” afirmou o surfista.
Controvérsias Olímpicas
O caso de Chumbinho se soma às polêmicas envolvendo os Jogos Olímpicos de Paris 2024. A cerimônia de abertura foi criticada por sua apresentação de símbolos cristãos, levantando debates sobre a interpretação e a aplicação das regras de neutralidade olímpica.