Em seu discurso após a proclamação, Maduro declarou que “Deus colocou sua mão para que eu seguisse na missão.” Contudo, a falta de apresentação das atas de votação gerou controvérsias. O CNE, presidido por um aliado próximo de Maduro, não divulgou esses documentos cruciais, o que gerou acusações de manipulação por parte da oposição. Edmundo González, o principal adversário de Maduro, alegou que pesquisas de boca de urna indicavam uma vitória clara de seu grupo.
O CNE justificou a ausência das atas com uma alegação de ataque hacker originado na Macedônia do Norte, o que teria afetado o sistema de transmissão de dados. O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, um aliado fervoroso de Maduro, confirmou a investigação sobre o incidente e acusou a oposição de estar envolvida no ataque.
Os resultados oficiais indicam que Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto González recebeu 44%. No entanto, a oposição contesta esses números, afirmando que González teve uma vantagem significativa com 70% dos votos, conforme indicado por pesquisas de boca de urna divulgadas pela agência Reuters.
A participação eleitoral foi registrada em 59%, um aumento significativo em relação aos 46% de 2018. Após o anúncio, diversas autoridades internacionais expressaram dúvidas sobre a legitimidade dos resultados e pediram uma contagem mais detalhada e transparente dos votos. Países como Brasil, EUA, Chile e Peru manifestaram preocupações. Em contraste, líderes de Rússia, Nicarágua e Cuba parabenizaram Maduro pela vitória.
A votação, apesar do clima tenso e desafiador para o chavismo, foi realizada sem grandes episódios de violência. No entanto, houve longas filas e algumas confusões em locais de votação, com eleitores enfrentando dificuldades para votar. Maduro, que exerceu seu direito ao voto logo no início do dia, afirmou que respeitará os resultados oficiais e o árbitro eleitoral.
Perspectivas Futuras e Repercussões
O cenário político na Venezuela continua instável, com a oposição exigindo uma contagem paralela dos votos e expressando ceticismo quanto à transparência do processo eleitoral. As próximas semanas serão decisivas para determinar a aceitação ou contestação dos resultados e a estabilidade política do país. O desdobramento desses eventos poderá moldar o futuro da Venezuela e a confiança no processo democrático.