Rio Grande do Sul Avança no Mapeamento de Dragagem de Rios, mas Carece de Recursos

O Rio Grande do Sul está trabalhando no mapeamento das ações de dragagem dos rios, uma medida crucial para minimizar os danos causados pelas enchentes. No entanto, o estado enfrenta uma significativa falta de recursos para a execução dessas ações, como discutido em uma audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.

Desafios e Prioridades

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) foi cobrada para realizar o zoneamento da bacia do rio Guaíba em relação às ações de desassoreamento e dragagem. Segundo Marjorie Kauffmann, secretária estadual do Meio Ambiente, os recursos disponíveis estão sendo direcionados para essas iniciativas. No entanto, ela destacou que não há fundos suficientes para ações em rios maiores. Apenas a manutenção das hidrovias atuais, sem aprofundamento dos canais, exige R$ 800 milhões. 

Para os pequenos rios, os entraves administrativos foram eliminados, permitindo que os prefeitos utilizem os recursos e maquinários existentes para retirar materiais dos rios.

Preocupações Locais

Volmir Rodrigues, prefeito de Sapucaia do Sul, expressou sua preocupação com o término do período de calamidade pública e o possível esquecimento dos problemas. Ele destacou que áreas como Sapucaia, Esteio, Canoas e Porto Alegre enfrentam inundações constantes, mesmo com chuvas leves, devido ao entupimento dos rios com lodo, materiais orgânicos, e detritos como móveis e árvores.

“Hoje, a BR-448 em Sapucaia e outras áreas estão inundadas, o solo está encharcado e os rios estão cheios. De onde virá o recurso para resolver isso?” questionou o prefeito.

Medidas Econômicas

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) enfatizou a necessidade de medidas para a recomposição das receitas dos municípios afetados e para garantir a manutenção dos empregos. Ele sugeriu a redução da carga horária e salários com complementação do governo federal, similar ao que foi feito durante a pandemia, para evitar demissões.

Perspectivas Técnicas

Carlos André Bulhões, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, destacou que o estado já teve 850 quilômetros de vias navegáveis em 1953, mas hoje tem apenas 250 quilômetros. Ele reforçou a importância da dragagem dos rios, mas alertou que isso não será suficiente para prevenir novos danos. As ações precisam ser integradas para amortecer a força das águas e conter sua velocidade.

Bulhões também mencionou o problema das tubulações de água e esgoto, referidas como "rios artificiais", que estão entupidas. Ele estima que Porto Alegre tem cerca de 4 mil quilômetros de tubulações obstruídas, agravando a situação das enchentes.

O debate na Câmara dos Deputados destacou a urgência e complexidade do problema das enchentes no Rio Grande do Sul. Embora o mapeamento das ações de dragagem seja um passo importante, a falta de recursos continua sendo um grande obstáculo. A colaboração entre governos, instituições e comunidades será crucial para encontrar soluções eficazes e duradouras.

Fonte: Agência Câmara de Notícias


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