A situação também envolve seis opositores ao regime de Maduro, que estão abrigados na embaixada argentina. Maduro não permitiu que gendarmes argentinos armados entrassem na Venezuela para proteger esses opositores. O governo argentino está buscando uma solução diplomática para permitir a saída segura desses indivíduos para Buenos Aires, mas isso é complicado pelo contexto político e pelas eleições venezuelanas, onde Maduro busca se reeleger e tem dificultado a atuação da oposição.
A 72 horas do ultimato de Maduro, o governo argentino negocia contra o relógio a saída dos diplomatas
Brasil aceitou representar os interesses nacionais da Argentina após o pedido da chanceler Diana Mondino. A Casa Rosada busca garantir a segurança do edifício da embaixada em Caracas, onde também estão asilados seis assessores de María Corina Machado.
1º de agosto de 2024, 05:39hs
Com o prazo do ultimato de Nicolás Maduro prestes a expirar, o governo de Javier Milei está negociando de forma acelerada a saída segura de todo o corpo diplomático argentino. Brasil se comprometeu a representar os interesses da Argentina para assegurar a segurança do edifício e cuidar dos trâmites consulares. As negociações com o governo de Lula da Silva foram lideradas por Diana Mondino e seu colega brasileiro Mauro Viera, com a participação do embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli.
Além das negociações diplomáticas, também está sendo discutida a situação dos seis colaboradores de María Corina Machado, líder opositora ao chavismo, que estão asilados na residência argentina. O governo venezuelano impediu a saída desses indivíduos junto com os diplomatas argentinos.
“Senhores, acredito que a OEA deve enviar uma mensagem clara: permitam a saída dos asilados; não sejamos cúmplices da fraude; que a região não seja indiferente à vontade popular expressada no domingo, 28 de julho; não mantenhamos essa farsa. Temos que ser capazes de distinguir entre o bem e o mal,” declarou Mondino em seu apelo na Organização dos Estados Americanos, em Washington.
Como foi o ultimato de Maduro à Argentina
Em meio à tensão internacional pelos resultados das eleições na Venezuela, Maduro exigiu que os diplomatas argentinos abandonassem a residência e a embaixada oficial em Caracas em um prazo máximo de 72 horas. A administração chavista enviou essa ordem por meio de uma carta da sua chancelaria ao Ministério de Relações Exteriores da Argentina, comandado por Mondino. Também retirou sua embaixadora, Stella Lugo, de Buenos Aires.
A carta, datada de 29 de julho, justifica a decisão alegando suposta interferência do governo argentino e o não reconhecimento do resultado eleitoral que declarou Maduro como vencedor. Desde o envio da carta, patrulhas policiais locais cercaram o prédio da embaixada argentina em Caracas.
Outros países, como Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, também foram instados a retirar seus diplomatas da Venezuela, e já começaram a fazê-lo assim que receberam a mensagem.